EM ENTREVISTA AO JORNAL MINUANO, LUÍS HENRIQUE SILVEIRA COUTO (BAGÉ), ATLETA DA AABB- SP, RELATOU SUA ROTINA DE TREINAMENTO EM MEIO À PANDEMIA, CONFIRA:

Detentor de vários recordes, Luís Henrique Silveira Couto, de 52 anos, mais conhecido como “Bagé”, é o goleiro de futsal mais velho em atividade no mundo. Radicado em São Paulo, o atleta defende a camisa da AABB. Seu currículo é extenso. Nos clubes, carrega, na bagagem, sete títulos Brasileiros, cinco campeonatos Gaúchos, quatro Paulistas e três Catarinenses. Atuando pela seleção brasileira, possui Mundial, um Panamericano, três Copas América e dois Mundialitos.
Naturalmente, a parada da pandemia também atingiu a rotina do goleiro. Até os jogos do calendário do futsal serem suspensos, a AABB, de São Paulo vinha participando de uma série de amistosos.

Manutenção da forma física e técnica

Mesmo com a parada dos jogos, Bagé permaneceu em São Paulo, em seu apartamento, acompanhado da esposa. Para manter a forma física, estabeleceu uma rotina de exercícios na própria interna do condomínio. “Moro no sétimo andar. Então, desço até o primeiro e subo correndo até o sétimo. Também faço vários exercícios dentro do meu apartamento. Quanto à parte técnica, uso muito as bolinhas de tênis para que eu não perca os reflexos, movimentos de reação”, contextualiza.
Enquanto isso, Bagé e os demais atletas aguardam uma segunda ordem para se reapresentarem. Atualmente, São Paulo passa por uma situação grave, decorrente do coronavírus. “Estamos esperando a determinação do governo. Por duas vezes já tivemos mudanças na data de reapresentação. A nova estimativa é para 15 de maio. No momento, aguardamos a normalização, mas, com certeza, creio que haverá novas datas para os compromissos dos campeonatos. Entendemos que a dificuldade tem sido grande para vários clubes e agremiações, pois é um problema mundial”, analisa.

Um breve histórico

Com 32 anos de carreira, Bagé deu seus primeiros passos em 1986. O goleiro tinha acabado de sair do Exército. Além do futsal, Bagé também jogava handebol, pela escola Justino Quintana. Na época, carregava o apelido de Bola. Por intermédio do professor Henrique Nunes, foi encaminhado para testes no time de futsal do Grêmio. Mesmo sem experiência com competições estaduais, foi aprovado de primeira.

E a aposta feita pelo tricolor porto-alegrense foi correspondida nas quatro linhas. Já na primeira temporada, Bagé foi eleito melhor goleiro do Rio Grande do Sul. Três anos depois, era convocado, pela primeira vez, para a seleção brasileira, após o título brasileiro, pela Enxuta, de Caxias do Sul.
Vestindo a camisa amarelinha, Bagé chegou ao ápice com o título da Copa do Mundo, em 1996, em Barcelona, batendo a Espanha na final. Até 1998, ganhou três Copas América e dois Mundialitos. Nesses nove anos, pôde atuar junto de duas gerações. Num primeiro momento, esteve ao lado de craques como PC de Oliveira, Ortiz, Choco, Paulinho Sananduva e Fininho. E já para o final, acompanhou os primeiros passos de Falcão. Aliás, Bagé também foi companheiro de Falcão no São Paulo (2001) e no Jaraguá (2005).
O goleiro joga pela AABB desde 2009. Além de atuar profissionalmente, exerce a função de preparador de goleiros das categorias sub-8, 10, 12, 14, 16, 18 e 20. Quando assinou com o clube paulista, a ideia era jogar por mais umas cinco temporadas. Tanto que abriu negócios na terra natal, já visando um momento pós-carreira. Mas, ao longo dos anos, percebeu que ainda podia contribuir no futsal profissional.

Em 2012, Bagé lançou um livro com dicas de treinamentos para goleiros de futsal. Mas ele carrega outra meta fora de quadra, que é entrar no livro de recordes, o famoso “Guinness World Records”. O goleiro já enviou toda documentação para a Inglaterra, sede dos produtores do livro, que comprova que é o mais velho da posição no futsal mundial em atividade. Entretanto, para oficializar o recorde, é preciso que os responsáveis pela publicação venham até o Brasil. E todos os custos são por conta do proponente. Bagé conta que quando entrou em contato, o valor era de 25 mil dólares. Para arcar com os custos, precisaria de patrocinadores.


Foto: Reprodução
Texto: Jornal Minuano

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