Craque Falcão completa 38 anos e fala sobre vida, trajetória no futsal e aposentadoria

 
Considerado por muitos o maior jogador da história do futsal, Alessandro Rosa Vieira, popularmente conhecido como “Falcão”, completa 38 anos nesta segunda-feira. Além de ser visto pelos fãs do esporte como o principal ícone da modalidade, curiosamente recebeu o apelido de “Rei do Futsal”.
“O Alessandro é um cara de sucesso, tem uma família fantástica, e as coisas aconteceram da melhor maneira. O Falcão conquistou tudo que almejou. Queria ser profissional, consegui. Queria jogar em um grande clube, consegui. Queria chegar na seleção, consegui. Queria ser titular, consegui. Queria ser o melhor do mundo, consegui várias vezes. Jamais imaginei que fosse estar em um clube buscando a 11ª final da Liga Nacional consecutiva, e na seleção sendo um dos porta-vozes de um movimento. Isso é respeito, algo que não se compra, se conquista. Olho para trás e sou muito satisfeito, principalmente por estar completando 38 anos e ainda estar em alto nível. Há cinco ou seis anos jamais imaginaria que iria estar com essa idade, para a vida, muito novo, mas para o esporte, com prazo de validade”, relatou Falcão. 
Com 24 temporadas atuando profissionalmente, o atual camisa 12 do Sorocaba jogou por 11 clubes diferentes de futsal, além de ilustre passagem pelo São Paulo F.C., onde tentou jogar futebol de campo. Entre times profissionais e seleção brasileira, Falcão conseguiu quase 100 títulos, 60 premiações individuais, fez 359 gols com a camisa do Brasil e foi eleito pela FIFA, em quatro oportunidades, como o melhor jogador do mundo no futsal.
“Eu olho para trás e vejo meus números com clube, seleção, números de mídia e isso me deixa muito feliz, mesmo estando em um esporte não tão divulgado, e eu Alessandro ter conseguido alavancar a marca Falcão. Isso é uma responsabilidade, todo mundo só vê a parte boa, mas não vê o dia a dia, e o como é difícil chegar para conseguir se manter e se motivar. Estou 100% realizado no meu lado profissional”, contou o craque. 
Perguntado sobre “legado” que tem deixado no esporte, Falcão declarou o seguinte: “O ‘legado Falcão’ é muito bacana, mas me gera uma dificuldade de agenda, me dá uma responsabilidade muito grande, pois onde quer que eu jogue no mundo inteiro, ninguém quer saber se eu estou machucado, com febre ou se eu dormi mal. Essa responsabilidade que tem me motivado e faz com que eu olhe para trás e faça com que o ‘legado Falcão’ tenha valido a pena. Vemos muitas crianças, jogadores de futebol que falam que são meus fãs, e isso que é o legal.”
Não é apenas de triunfos que se faz um grande atleta e, se tratando de Falcão, o ala recordou-se das derrotas sofridas nos mundiais da Espanha, em 2000, e Guatemala, em 2004. Porém, em relação aos momentos mais comemorados em sua vitoriosa carreira, o camisa 12 da seleção relembrou os títulos mundiais conquistados com o Brasil:
“Falando do lado positivo, veio o título mundial em 2008, mas eu machuquei no início da final, embora a gente tenha sido campeão e eu o melhor jogador, faltou alguma coisa. A coroação veio em 2012, mesmo eu não ganhando nenhum prêmio individual, até porque eu joguei 28 minutos no campeonato inteiro, fui muito decisivo nas condições em que eu estava. Com um lado do corpo paralisado, de estar com uma lesão na panturrilha e fazer os gols no momento certo e na hora certa. Foi uma provação, não só para mim, mas para o mundo inteiro, do que o Falcão era capaz de fazer. Eu olho para aquele momento e me emociona, vai me emocionar daqui 30 anos, porque só eu sei o que passei naqueles dias. Consegui ajudar o Brasil a ser campeão. Não tão brilhante na competição, mas nesse eu levei o título, a moral e o respeito.”
Devido aos compromissos com o Brasil Kirin (Sorocaba-SP), seleção e diversos patrocinadores, Falcão, que tem agenda lotada, admite que o convívio com a família acaba sendo pequeno. Ele revela que, mesmo após trocar de equipe, continua ajudando seus ex-times financeiramente, na busca por novos patrocínios; o craque contou que a esposa Tatiana tem papel fundamental para ajudá-lo a administrar cada um de seus negócios.
“O lado familiar foi sempre bem estruturado, minha esposa entende, meus filhos entendem e eu entendo. Embora a gente sinta falta, entende, mas poderia ser diferente. Quero aproveitar esses últimos anos de carreira, porque depois eu terei mais tempo para ficar com eles, mas também sentirei falta desse lado como atleta”, disse o ídolo do futsal. 
Fora das quadras, Falcão revela que, além ser craque no futsal, também é no mundo dos negócios, ele concentra os investimentos em construção civil, vestuário e até mesmo em revender ingressos online, preparando-se, desta maneira, para o dia em que deixar de jogar. O ala também possui mais de 40 escolinhas de futsal com o seu nome.
Ao ser questionado sobre aposentadoria no esporte, o atleta demonstra incerteza, não falando em data para, de repente, parar de atuar. Mesmo com 38 anos, Falcão fala da vontade que tem de conquistar títulos e aumentar sua já vitoriosa história no esporte, que o consagrou, para muitos fãs, como o “Rei do Futsal”.
Não sei [sobre a data da aposentadoria]. Eu pensava que com essa idade eu já estaria pensando em parar, mas eu ainda me vejo motivado, o que eu conquistei no esporte leva o público aos ginásios, não gosto de perder, só fico de fora se eu não conseguir jogar… Ainda sou motivado a vitórias, meu combustível é ser vencedor. Ainda me vejo rendendo, não como há quatro, cinco anos atrás, mas ainda sendo diferenciado. Quando eu parar, possivelmente pretendo seguir no meio. Eu quero ser gestor do Sorocaba, em algo na seleção para ajudar o esporte…”, declarou o camisa 12. 
Por Assessoria FPFS
Com informações: GloboEsporte.com
Foto: Gaspar Nóbrega/Foto&Grafia