“ONDE TUDO COMEÇOU”: “O inesquecível Valdir Peres viu eu sair chorando e pegou uma bola e me levou para a quadra ao lado do campo e me colocou no gol, ali não tive mais dúvidas de que eu queria ser goleiro”

Ex-goleiro, o homenageado desta sexta-feira do “Onde tudo começou” é Luis Eduardo Palomares (Luisinho), 52 anos, mora em São Paulo, e trabalha como representante comercial, atua apresentando empresas e produtos ao varejo brasileiro desde os anos 90, confira:

INÍCIO
Luisinho nos contou um pouco do seu início de carreira no futebol da bola pesada, atuando como goleiro.

“Iniciei em 1977, no Pre-Mirim do Banespa oriundo da escolinha de futsal do clube. O Morumbi estava em reforma nos anos 70 e o time profissional do São Paulo ia treinar no campo oficial do Banespa, certa manhã fui ver um dos treinos e deixaram o portão do campo aberto, invadi o campo e peguei uma bola, quando estava saindo achei que estava tomando uma bronca do Pedro Rocha, mas na verdade não estava entendendo o que ele falava e comecei a chorar, o inesquecível Valdir Peres viu eu sair chorando e pegou uma bola e me levou para a quadra ao lado do campo e me colocou no gol, começou a chutar e brincar comigo, ali não tive mais dúvidas de que eu queria ser goleiro, eu não tinha medo de pular na bola”, contou Luisinho, sobre o seu primeiro contato com o futebol.

“Gostaria de aproveitar e deixar agradecimentos a alguns dos meus treinadores desde a época da escolinha, ao craque Amarildo e ao Buzina, grande formador de atletas do Banespa na época, Sr. Silvio meu eterno amigo, Ernaninho, espetacular Sr. Toni e treinadores de outras equipes que passei como Wilsinho/Hebraica , Wlamir Belo/Prodesp dois caras inesquecíveis, Reinaldo/GM e ao grande Paulo Mussalem

Por fim agradeço o privilegio a tantos amigos goleiros que pude aprender demais, em especial a 5 ícones dos 3 paus, Pança, Zequinha, Paulinho Davidoff, Serginho Baptista e Franklin, ídolos que tive o privilégio de ver jogar e de estarmos juntos nas quadras em clubes ou seleções em uma época de Robertao ,Menta, Valmir , Anderson , Jaco , Oswaldinho , Borracha, Lancelotti, Wado, Ze Marcelo , eram muitos talentos.

TÍTULOS
– Banespa
* Vice campeão torneio início Pre-mirim 1ºtitulo (1977)
*Campeão Estadual Infanto juvenil (1982)
* Campeão Metropolitano Juvenil (1986)

– Seleção Paulista
* Campeão Brasileiro Infantil de seleções (1981)
* Vice campeão Brasileiro Juvenil (1986)
* Vice campeão brasileiro de seleções principal (1991)
* Bi Campeão Copa Vitoria de seleções principal

– Seleção Brasileira
* Campeão Sul americano Juvenil de seleções (1986)

– Banespa Phercani
* Bi Campeão Paulista principal
* Bi Campeão copa Topper principal
* Campeão copa Vitoria de clubes (1997)
* Campeão Brasileiro de clubes (1997)
* Vice campeão da Liga nacional (1997)

TIMES
– Esporte Clube Banespa
– Eternit
– Vanel Borrachas
– Clube Hebraica
– Prodesp
– General Motors
– Banespa Phercani

FORA DAS QUADRAS
O Ex-goleiro, assim como muitos outros atletas do futsal, dividiam a vida do esporte com outros empregos e com os estudos.

“Sim, sempre trabalhei e estudei, tanto que em 1986 quando fui campeão sul americano juvenil pela seleção brasileira em Curitiba, a Perdigão estava montando um novo time em Marau e o time titular todo ao final do sul americano foi convidado a ir para o novo time montado em Marau, mas eu estava na faculdade de educação física naquele momento, trabalhando também e decidi não arriscar, se eu tivesse ido teria me tornado um profissional da ‘BOLA PESADA’ com certeza e tudo teria sido diferente, contou o ex-goleiro.

“Sofri bastante preconceito por parte de alguns clubes, alguns supervisores me ligavam para conversar, mas diretores ou treinadores jogavam a oferta muito pra baixo por conta de saberem que eu trabalhava e diziam que eu não precisava”, finalizou Luisinho.

 

PERSPECTIVA NO ESPORTE
“Infelizmente tudo, falta apoio e estrutura aos clubes tradicionais, aos clubes de camisa, as universidades. Faltam patrocinadores, empresas que acreditem no futebol de salão, um esporte que de certa forma não é caro e dá retorno, ao contrário do que alguns dizem e por fim de mais ex-jogadores conhecedores da causa, que possam ajudar no crescimento do esporte, assim como o nosso presidente atual da Federação Paulista de Futebol de Salão, Ramon, pessoas que possam mudar o esporte com conhecimento, gerencia, profissionalismo e transparência aproximando as entidades”.

“Vivemos de profissionais altamente qualificados e dedicados que correm atrás de empresas apresentando projetos, na maioria das vezes as equipes que são montadas e duram poucos anos, porque as verbas são cortadas ou os resultados não vem e decidem terminar com a equipe”.

“Temos atletas que são verdadeiros ícones e que poderiam contribuir muito mais para o esporte juntos, alguns gostam de contar títulos individuais outros obviamente querem fazer o pé de meia aproveitando eventos e patrocínios individuais. Precisaríamos na minha opinião de gestores executivos ou de empresários para alavancar a modalidade com credibilidade, daria 3 grandes exemplos, Jose Carlos Brunoro, ou o Zé Roberto (Vôlei), Bernardinho (Vôlei), basta olharmos aonde o voleibol esta e o que representa para o esporte brasileiro”, contou Luisinho.

 

HISTÓRIAS
“São muitas e isso não tem dinheiro que pague, uma das mais hilárias foi que estávamos no JUBS no Maranhão e fomos a uma agência para confirmar se estava tudo certo com as passagens de volta, quando conhecemos um empresário dono da agência que gostava de esporte. Foi muito simpático e receptivo, fomos almoçar com ele, juntamente com alguns jogadores e durante o almoço ele ofereceu um carro para nós, chegamos na casa dele e ele emprestou um bugue, saímos em 4 ou 5 amigos e fomos logo conhecer a praia, chegando no alojamento a galera dos outros esportes não acreditavam e voltamos para a praia, só que eram 32 pessoas todas de pé no bugue, meio time do futsal, meio time do handebol e do vôlei, mas o bugue sobreviveu e entregamos o carro para o dono depois de alguns dias”, contou Luisinho em gargalhadas.

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