“OPINIÃO DE QUEM CONHECE” | O DRIBLE

O DRIBLE
Por: Antonio José Azevedo (ZEGO – treinador de futsal especializado na formação de atletas)

Sempre digo aos meus atletas das categorias de base que o drible é importantíssimo, deve ser objeto de estudo e trabalho árduo, extraindo segredos infinitos no qual drible e a arte de ludibriar seu opositor contém.  Descobrimos aos poucos em cada detalhe a necessidade de praticá-lo. Primeiro isoladamente, ou seja, você e a bola. Depois com um companheiro e por fim finalizando no jogo em grupo.

O atleta tentará adivinhar o pensamento do seu oponente e está sempre preparado para enganar seu competidor. O adversário deverá fazer o mesmo para subtrair a bola e armar sua jogada.

Para fazer com que o cérebro, corpo e pés funcionem e respondam adequadamente o atleta precisará criar uma técnica com 2 (duas) ou 3 (três) variantes do seu drible praticado. O ideal é ter mais de uma opção para executar sua jogada. O craque poderá reproduzir ou criar o seu próprio drible. Um atleta em busca progredir precisará compor seu reportório de técnicas.

Fiquei admirado quando conheci Ricardinho (astro do futsal da ACCS Paris, da França), em Portugal, devido sua enorme capacidade de adicionar 1 (um) ou 2 (dois) dribles rapidamente a sua jogada.

Joguei muito como pivô, buscava as costas do meu marcador para obter espaço entre nós fazendo com que meu opositor olhasse para trás, preocupado com a minha ação e não com a bola.

Quando receber a bola tenha controle dos pés para dominá-la o mais próximo do corpo, assim executará o segundo toque com mais rapidez. Haverá momentos em que o atleta poderá driblar seu competidor já no primeiro toque após receber a bola, mas, atenção, esta ação deverá ser executada quando houver o domínio da técnica, devido o alto gral de dificuldade.

Quando estava nas categorias de base não existiam vídeos de treinamentos ou técnicas de drible para abranger meu conhecimento, então visitava as quadras de futsal para observar os grandes jogadores da época, e claro, meu preferido, Serginho Paiva, tido como um dos melhores jogadores da “geração da bola pesada”. Hoje existe milhares de vídeos com Ricardinho, Falcão, Manoel Tobias, Cacau entre outros dribladores. Como dica, observem seus jogadores de referência em câmera lenta, visualize cada detalhe e agregue ao seu treinamento.

Driblar nem sempre será uma boa opção, por isso analise a situação da jogada para não repassar a posse de bola ao rival. Existem atletas que tocam a bola para frente, muitas vezes para não permitir que os pês contrários cheguem à bola, mas, o ideal é que o toque inicial seja lateral ou para atrás.

Antes de driblar alguém procure analisar qual é o seu pé de apoio naquele momento. Se conseguir o toque pelo lado do pé de apoio seu adversário possivelmente não conseguirá recuperar-se rapidamente.

Ao tocar a bola para escapar de seu competidor a primeira arrancada deverá ser o mais veloz possível. O atleta usará toda velocidade de arranque nessa corrida inicial. Use também seus braços para obter mais velocidade.

O drible de corpo em espaços reduzidíssimos e extremamente eficaz e exige muita habilidade. Quando perceber que o adversário pressionará, balance o corpo para os dois lados 2 (duas) ou 3 (três) vezes. A última vez mais acentuadamente. Isso provocará desequilíbrio e dúvidas naquele que deseja surrupiar o seu precioso joguete redondo. Proteja a bola tal qual uma criança em seu primeiro ano de vida protege seu brinquedo de seus outros amiguinhos que desejam também jogar com ele.

Conheça bem seus adversários e analise-os.

Aos 14 anos de idade visitava quadras para observar minhas referências que eram Serginho, Efrain e Robertinho verdadeiros astros no drible de corpo. Hoje vocês têm os vídeos de seus ídolos, então observem, estudem e pratiquem vendo e analisando os atletas que mais lhes agradam. Além de seus próprios treinadores que possuem muito conhecimento para dividir.

No futebol de campo vi Garrincha, Canhoteiro e o Denílson, último autentico mestre no drible de corpo. No futsal Cacau, Ricardinho, Falcão, Manoel Tobias, Pinilha colombiano utilizavam o drible extrema habilidade.

ÚLTIMO CONSELHO. O MAIS IMPORTANTE.

Um grande driblador não utiliza este recurso a todo momento, mas, ele decide a ocasião e lugar onde utilizará esta técnica. O drible e um recurso que não visa preencher nossa vaidade pessoal, entretanto algo que ajudará nossa equipe a obter a vitória que buscamos. Pense no coletivo!

 

Saiba mais sobre o ex-atleta e treinador ZEGO.

Zego atuou dezessete anos como atleta, ganhou títulos em todos os clubes que passou, na Seleção Brasileira e na Seleção Paulista, foi considerado um craque e jogou ao lado de grandes jogadores. Mesmo sendo atleta do Palmeiras jogou na equipe do Parque da Mooca, que na época era uma equipe extra-oficial e não disputava jogos da Federação.

No inicio da década de 80, ainda como atleta, cria o sistema 4.0 ou quatro em linha. Com esse sistema o futuro treinador Zego dava prioridade à posse de bola, conseguindo equilibrar jogos de equipes medianas com equipes de alto nível técnico no Brasil. Ao trabalhar na Europa implantou o sistema. Não demorou muito as duas melhores seleções nacionais, a da Espanha e a do Brasil passaram a adotar o sistema com grande sucesso.

O português Ricardinho considerado por seis vezes o melhor jogador do mundo,quando jovem no Gramidense, passou pelas mãos de Zego em Portugal. Refere-se aos ensinamentos do mestre como sendo de suma importância na sua vida.

Ensinou-me muito…Punha-me a treinar com o meu pior pé, o direito, contra a parede. Costumava dizer: Jogam todos à vontade menos o Ricardinho que só joga com a perna má”.

O espanhol Jesús Velasco considerado o melhor treinador de clubes do mundo dirigindo a equipe do Inter Movistar diz que o mestre Zego é sua referência máxima.

Ele é a pessoa de quem eu mais aprendi. É a minha referência máxima. É a pessoa que revolucionou o futsal. Mudou os estereótipos e mudou a maneira como vemos esse esporte.

Zego esteve em mais de vinte países levando ensinamentos e formação a atletas, treinadores e dirigentes por todo o mundo. Atuou nos cinco continentes, tanto no futsal masculino como no feminino.

Atualmente Zego trabalha como diretor de uma escola particular de futebol de salão em Chicago, nos Estados Unidos e atua com crianças de 7 a 12 anos. Zego continua sendo o grande “Embaixador” brasileiro, lapidador de jovens atletas, com passagens pela Argentina, Brasil, Espanha, Rússia, Japão, Vietnã, Colômbia, Itália, Portugal, China, Canadá, Marrocos e outros.

Conquistas

Como atleta

Juventus
  • Campeonato Paulista de Futebol de Salão (Juvenil) – 1969
Corinthians
  • Campeonato Paulista de Futebol de Salão – 1971 e 1973
  • Campeonato Metropolitano de Futebol de Salão – 1973 e 1974
  • Campeonato Brasileiro de Futebol de Salão – 1974
Palmeiras
  • Taça Continental de futebol de salão – 1981
  • Campeonato Metropolitano de Futebol de Salão – 1975
Internacional
  • Campeonato Gaúcho de Futebol de Salão – 1980
Seleção Brasileira
  • Campeonato Sul-Americano de Futebol de Salão – 1973
  • Campeonato Sul-Americano de Futebol de Salão – 1975
  • Campeonato Sul-Americano de Futebol de Salão – 1976
  • Campeonato Sul-Americano de Futebol de Salão – 1977

Como treinador

CR Itamarati
  • Campeonato Estadual de Mato Grosso do Sul:
Caja Toledo
  • Liga Nacional de Fútbol Sala: 91/92.
Jaén Oliva Secavi
  • Liga Nacional de Fútbol Sala:
  • Campeonato Europeu de Futebol de Salão: 1991 e 1992.
Saeta Fútbol de Salon
  • Campeonato Nacional Colombiano de Futebol de Salão:
GR Freixieiro
  • Campeonato Nacional Português de Futsal : 2001/02.
GDC Alto Avilhó
  • Taça Nacional Feminina Sénior de Futsal : 2002/03

Campanhas de destaque

Vice-campeão
UNESC
  • Campeonato Catarinense de Futsal Feminino : 2009 e 2010.

Prêmios

Como atleta

  • Federação Paulista de Futebol de Salão – troféu futsal – 1974 e 1975.
Com informações: wikipedia

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